MARIA FERNANDA FERREIRA DE CARVALHO (1953-2009), PROFESSORA DE MATEMÁTICA
Na azáfama da abertura de mais um ano lectivo, a notícia da morte de uma colega de trabalho obriga-nos a recolher e a pensar sobre o que é importante na vida. O sacerdote recordou-nos isso: a atenção aos outros, o sentido humano das coisas e das relações, a partilha do tempo e dos lugares, a tranquilidade com que se enfrentam os problemas e a sua resolução. Não sei se a referência a Cristo é necessária para fundamentar a solenidade do momento; mas foi também aquele sacerdote que disse mais ou menos o seguinte: “A morte é um dos momentos em que reconhecemos de uma maneira muito forte o mistério da condição humana”. No silêncio possível das circunstâncias, estas palavras tem um eco particularmente justo.
A professora Fernanda Carvalho caminhava, pelo menos desde 2003, muito lentamente. O cansaço e esforço com que subia as escadas não a impediam de vir diariamente às aulas. Lembro-me de lhe perguntar algumas vezes por que razão estava tão pálida e de ela responder que era apenas cansaço.
O beijo à despedida de quem esteve junto dela durante vários anos também faz parte do mistério da vida.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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