domingo, 27 de setembro de 2009

ELOGIO DO CONTRATO SENTIMENTAL DE LÍDIA JORGE...



Não me recordo de ter lido nenhum livro de Lídia Jorge. Nem sequer uma crónica ou um texto mais curto. Tinha-a ouvido falar há muito tempo num programa qualquer de televisão. Mas na apresentação do Contrato Sentimental lançado há duas semanas gostei de a ouvir falar. E quando li as duas primeiras linhas que transcrevo decidi ler um pouco mais e finalmente comprar o livro para ler mais e à vontade:

Muitos são aqueles que apresentam razões fortes para duvidar, mas eu tenho a certeza que Portugal existe”.

Mais adiante diz a autora:


“Vou procurar traduzir para português o que o poeta José Emílio Pacheco pensou em castelhano do México.

Não amo a minha pátria.
O seu fulgor abstracto é inacessível.
Porém (ainda que soe mal) daria a minha vida
Por dez dos seus lugares, certas pessoas,
Portos, bosques de pinheiros, fortalezas,
Uma cidade desfeita, cinzenta, monstruosa,
Várias figuras da sua história, montanhas
E três ou quatro rios.

Eu também.”


E eu também.

1 comentário:

  1. Manuel
    gosto muito, mesmo muito da Lídia Jorge, quer como escritora, quer como pessoa. Foi minha professora de Português em 1973/1974, na Beira, em Moçambique e foi daquelas professoras que me marcou para a vida (sempre a importância dos professores e não sei como há quem não reconheça tal...). Li todos os livros dela à excepção deste último. Os meus preferidos são "O Cais das Merendas", que foi o seu segundo livro, uma obra prima ignorada, "O Vento Assobiando nas Gruas" e um pequeno conto maravilhoso "A Instrumentalina". Quando puderes lê e depois trocamos umas ideias sobre o assunto, como diria o Mário de Carvalho.
    Dimi

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