domingo, 14 de junho de 2009

NOTAS POLÍTICAS, por ANTÓNIO BROTAS (e-mail, 14 de Junho)

Os analistas políticos têm-se interrogado sobre o que fará o partido mais votado nas eleições legislativas, certamente o PSD ou o PS, no caso de não ter maioria absoluta.

O verdadeiro problema é, no entanto, o de saber o que fará o segundo partido mais votado.

Se o PSD tiver maioria, embora não absoluta, nem a conseguir com o CDS, o Senhor Presidente da República convidará, certamente, a Doutora Manuela Ferreira Leite a formar governo, a menos que o PS lhe diga, previamente, que chegou a um acordo com o Bloco de Esquerda, ou com o PC, ou com ambos, para formar um governo estável.

Se o não conseguir, por vontade própria, ou por este acordo não ser possivel, o que vai fazer o PS quando da apresentação na Assembleia do programa de governo do PSD? Vai abster-se, viabilizando assim este governo, ou vai votar contra, com o que, se o BE e o PC fizerem o mesmo, este governo continuará em gestão por tempo indeterminado até ser formado outro?

Se for o PS a ter maioria simples, o que vai fazer o PSD se, como é provavel, for apresentado na Assembleia um governo minoritário PS? Vai abster-se, viabilizando este governo? Ou vai votar contra, com o que ele continuará em gestão se todos os outros partidos fizerem o mesmo?

Registe-se que, quando estes problemas se puserem, todos os partidos estarão empenhados numa fortíssima luta nas eleições autárquicas.

É inteiramente normal que o PS e o PSD se esforcem por ter uma maioria, embora simples, na Assembleia, e sabemos o que farão se a tiverem. Não sabemos é o que farão se farão se a não tiverem.

António Brotas

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