sábado, 30 de janeiro de 2010

ANTICRISTO : Viver e Morrer – “Eis os corpos e as almas!”

Este é um filme filosófico e psicanalítico. Isto é, apresenta um argumento, uma sequência de cenas (na sua maioria no interior de espaços pequenos – casa, hospital, cabana - e esta no meio da floresta) e uma técnica narrativa de duração lenta que colocam o espectador, desde o início, na presença da morte, do corpo, do sexo e dos sentimentos associados: a culpa, o medo, o amor, a ansiedade, o desejo.
Ponto de partida: enquanto o casal (Homem e Mulher) tem relações sexuais a criança sai da sua cama e precipita-se inadvertidamente por uma janela aberta…
A culpa instala-se profundamente na Mulher (Ela sabia que a criança se agitava, abria a porta, afastava-se dela…). Acabar com a culpa implica enfrentar os medos que lhe povoam o espírito. O Homem é ao mesmo tempo o instrumento da sua terapia e do seu prazer. E, em parte, causa da sua culpa. Por isso cabe ao Homem o papel de Satanás (que a Natureza desempenha no Mundo Real: fetos que nascem mortos, animais que se comem a si mesmos, ...). Como a Mulher é a principal fonte da vida é também a principal acusada de todos os males e portanto o Gino-cídio espreita constantemente ao longo da História humana. A Mulher teme que a sua morte seja a única forma de se redimir da morte da criança. Enfrentar a Morte só é possível enfrentando (exigindo) o Amor (e o Sexo) do Homem. Não há redenção! ANTICRISTO!
Entre CRISTO (que traz Deus à Terra) e o ANTICRISTO (que transforma a Natureza em Satanás) estão os homens e as mulheres comuns (não o Homem nem a Mulher sem nome e isolados do Mundo); a cena final em que a multidão invade a montanha pode representar o princípio da redenção!
P.S.: 1) AntiCristo é um bom filme? Sim mas certamente só para espíritos intelectuais.

2) Sugestão: ver mais abaixo o primeiro comentário sobre o filme.

Sem comentários:

Enviar um comentário