domingo, 18 de abril de 2010

EDUCAÇÃO SEXUAL E SAUDE MENTAL...

Uma relação sexual é, por natureza, muito delicada: envolve duas pessoas, isto é, dois mundos que remetem para outros mundos e pode dar origem a novos "mundos". O sexo é por isso uma actividade altamente arriscada. Por isso também é vivida sempre associada a sentimentos. Essa associação pode ser mais ou menos confusa e ambivalente ou então mais ou menos espontânea e natural. Por exemplo: o sexo pode ser tendencialmente clandestino ou tendencialmente não clandestino. No limite do primeiro caso isso acontece na situação de prostituição; no limite do segundo caso ocorre numa relação de vida em comum assumida nos círculos familiares e sociais (com ou sem casamento). Entre estes dois limites ocorrem cada vez mais situações de "amizades coloridas" expressão que designa, creio eu, o que antigamente se chamava "amantes". Nesta situação o factor clandestinidade tende a confinar a relação entre as duas pessoas às paredes do quarto e portanto centra-a na sexualidade. Esta vivência tem dois efeitos pouco saudáveis que se potenciam reciprocamente: não reduz, antes reforça, eventuais sensações ou representações de (im)potência ou de fraca performance sexual; fecha (literalmente) a relação ao mundo e portanto, a curto prazo, a relação morre. Às vezes antes da relação morre alguém o que, como se sabe, constitui uma tragédia. por todas estas razões seria bom abordar a educação sexual com urgência e serenidade. A dificuldade na sua implementação é sobretudo um sinal da sua complexidade e delicadeza...

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