sexta-feira, 6 de novembro de 2009

AINDA A PROPÓSITO DE LÍDIA JORGE E A ESCOLA...
Escreve o seguinte:
“Uma boa escola nunca é um lugar de passagem. O lugar da instrução escolar é um lugar único e irrepetível. Não é um local de trabalho, nem é um local concebido para jogo e deleite, é um outro lugar onde trabalho, jogo e deleite se cruzam de modo a que todo o exercício seja suportável, e a realidade resulte da aplicação do exercício. Por isso uma boa escola é sempre um lugar de protecção. E a noção do cumprimento, na infância e na adolescência, transitam com naturalidade para os níveis pessoais de libertação. O que tem de permanecer lá, ao fundo da sala, são rostos estimáveis, confiáveis, aqueles que depois acompanham as pessoas para o resto da vida, quando elas já nem dos nomes dos professores se lembram, mas sabem que foram eles, aqueles, os instrumentos da sua autonomia”(Contrato Sentimental, Sextante Editora, Lisboa, 2009, pág. 50).

Digo eu - A complexidade de uma escola resulta da multiplicidade de funções que ela tem de desempenhar. Lugar de transmissão de conhecimentos, terá de reunir e actualizar as condições humanas e físicas indispensáveis à qualidade dos saberes transmitidos; lugar de convivência intensiva, terá de encontrar procedimentos de gestão de conflitos adequados e justos; lugar de desenvolvimento de crianças e jovens, terá de dispor de estratégias de resposta à diversidade da vida que permitam o crescimento, a adaptação e a criatividade de cada um de forma equilibrada; ponto de encontro de concepções muito diferentes do Mundo e da Vida, terá de encontrar os momentos e as formas de transformar essa diversidade em património e ideias novas, isto é, de fazer esquecer algum passado ou tornar o futuro já agora.

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