Este é um ano decisivo!
Em termos políticos porque é um ano de todas as eleições em Portugal: europeias, legislativas e autárquicas!
Em termos económicos: porque é um ano de grandes crises em todo o mundo (dizem especialistas e não especialistas)!
Em termos sociais: porque o desemprego está a aumentar!
Em termos educativos: porque é o ano da implementação do novo modelo de gestão centrado na figura do Director nas Escolas Básicas e Secundárias!
Em termos democráticos: porque é o último ano da primeira maioria absoluta do Partido Socialista em Portugal!
Em termos imternacionais: porque é o primeiro ano com Obama na Presidência dos Estados Unidos!
Nos momentos decisivos não podemos passar o tempo a ver televisão, a dizer mal do governo, a pedir a reforma antecipada nem sequer limitarmo-nos a votar!
É preciso ler mais, pensar mais, comunicar mais, debater mais, escrever mais!
Este é um sítio onde toda a gente pode escrever!
Este é um sítio onde cada um deve pensar um pouco antes de escrever!
Pode-se apresentar uma ideia explicada com pelo menos três frases completas e encadeadas!
Pode-se refutar uma tese ou uma ideia com argumentos e não com palavras insultuosas!
Pode-se dar uma informação, apresentar um livro, uma exposição, etc.
Podem-se divulgar actividades onde quer que seja: nas escolas, associações, livrarias, espaços culturais, cafés, etc.
Podem oferecer-se empregos e pedir empregos!
Podem e devem formular-se todas as perguntas; por exemplo: quanto ganha um deputado do Parlamento Europeu (com todos os benefícios incluídos)? Que trabalho realiza ele no Parlamento? Quantos sem abrigo (aproximadamente) há em Lisboa? O que é que a Câmara e o Governo têm feito por eles? Não podem fazer mais nada?
Este é um ano decisivo!
Por isso decidi abrir este sítio!
M.Beirão
domingo, 19 de abril de 2009
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Como tu dizes, este é um ano decisivo. Um ano de decisões e, por conseguinte, de oportunidades. Sobretudo oportunidades de participar na mudança que, espero, se avizinha. Sejamos, pois, protagonistas da mudança. Protagonistas menores, mas ainda assim protagonistas. Façamos de conta que este é o patamar originário de um futuro melhor a construir, ou, como dizia o Sérgio Godinho: "o primeiro dia do resto da tua vida".
ResponderEliminarVivemos tempos de crise, não só económica. Porque somos modernos, não poderia ser de outro modo, uma vez que a crise é o rosto visível da modernidade que nos cabe cumprir. Mas não se pode falar de crise sem falar de crítica. São como dois bois aparelhados para levar para diante a mesma demanda. Só uma postura crítica fará da crise o combustível da mudança desejada.
Em termos cidadania, não nos resta outra alternativa válida que não seja a de nos assumirmos como "animais políticos". Não se trata de apenas de relembrar o velho Aristóteles. Trata-se, antes do mais, de não enjeitarmos a oportunidade de cumprirmos a humanidade plena que nos percorre a existência. Sejamos por isso mesmo políticos, não nos esquecendo que a política é, acima de tudo, a arte de inventar o futuro - o nosso e o dos nossos filhos. Reneguemos pois o argumento da inevitabilidade, tantas vezes usado para nos passar um atestado de menoridade intelectual e política.
Se existe alguma nota fundamental que componha o projecto da modernidade, ela não pode ser outra senão a revolução democrática. A democracia, ainda que se lance as suas raízes em solo grego, tem na modernidade a atmosfera propícia para o seu desenvolvimento. No entanto, também hoje o programa democrático - que não é outro que não seja o da realização dos ideias da liberdade e da igualdade - está em crise. É imperioso que procedamos a uma crítica da razão democrática. Esta crítica torna possível duas coisas: evidenciar as condições de possibilidade do exercício democrático, por um lado, e radicalizar a democracia, por outro. O que se pretende, com isso, não é contribuir para a descredibilização da democracia, mas tão somente cuidar dela como o mais precioso dos bens que, para nós portugueses, o 25 de Abril conquistou. Tal como uma planta, ou a alimentamos ou morre.
A propósito da reflexão política, aponto duas sugestões de leitura:
1) "A incompetência democrática", Philippe Breton, Edições Loyola, 2008 (o original é de 2006).
2) "O regresso do político", Chantal Mouffe, Gradiva, 1996 (o original é de 1993).
José Carlos Madureira